No dia 08 de maio aconteceu a inauguração da usina de beneficiamento do algodão orgânico da Paraíba, no município de Ingá, no Agreste do Estado. A usina de beneficiamento do algodão orgânico é considerada a maior do Nordeste, com capacidade de beneficiar quatro mil quilos de pluma por hora.
A produtividade da nova usina atende indústrias têxteis e de confecção como os associados da Abrimos, como a Natural Cotton Color e a Santa Luzia Redes e Decoração, empresas da Paraíba que plantam algodão na região com contrato de compra garantida com os trabalhadores da agricultura familiar.
“O que era produzido em oito meses, agora será beneficiado em apenas três dias”, anunciou Antônio Barbosa da Silva, presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares do Município de Ingá e Região (Itacoop) que também declarou que oito pessoas já estão treinadas para operar o equipamento.
O objetivo da cooperativa é atender a produção do algodão orgânico cultivado na Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará.
A Usina de Beneficiamento de Algodão Orgânico é composta de uma máquina Lummus, que pesa 32 toneladas, com seis metros de altura, ocupando mais da metade do espaço do galpão. Sua montagem demorou 90 dias e mobilizou 12 pessoas.
A máquina tem três cubas, sendo duas exclusivas para o algodão branco e para o colorido já certificados como orgânicos. A outra cuba é exclusiva para o algodão agroecológico em processo de transição para a certificação.
A aquisição do equipamento foi viabilizada pela união das indústrias Dalila Têxtil (SC) e da Companhia Industrial Cataguases (MG). A negociação que garantiu cinco anos para o prazo de pagamento teve o apoio da Texpar, do grupo paraibano Unitextil / Unitex, e o apoio logístico da Prefeitura Municipal de Ingá.
Durante a solenidade, foi assinado termo entre o Governo do Estado, por meio do Projeto Cooperar/PB Rural Sustentável, com a Itacoop, que garante investimentos superiores a R$ 1,5 milhão para a instalação de uma outra unidade, desta vez, para beneficiamento do caroço do algodão.
Sobre o Projeto Algodão Orgânico da Paraíba que expandiu o cultivo
A expansão do cultivo do algodão orgânico foi definida a partir do Projeto Algodão Orgânico Paraíba, em trabalho de parceria com prefeituras municipais, associações de produtores rurais e empresas privadas da Paraíba.
O projeto teve início em 2009, na região de Itabaiana, com apenas um agricultor familiar do Assentamento da Fazenda Campos de Salgado de São Félix, Joselito da Silva, que teve a assistência da Empaer-PB. Dois anos depois, já eram colhidas 50 toneladas de algodão orgânico na região. Para a safra de 2023, com 125 agricultores familiares em sete municípios, estão sendo cultivados 160 hectares, com previsão de colheita de 160 toneladas de algodão orgânico branco e colorido.
Paulo Emílio, gerente regional e agrônoma da Empaer-PB em Itabaiana, destacou que o Projeto Algodão Orgânico Paraíba é baseado em quatro pilares: o agricultor familiar com o trabalho e a terra, o Governo do Estado, por meio da Empaer-PB, com a assistência técnica e extensão rural, as prefeituras municipais com o corte de terra e logística, e a empresa compradora com a garantia de compra com o preço já pré-estabelecido.
Participe da Abrimos. Entre em contato neste link.