No dia 09 de fevereiro, Francisca Vieira, presidente da Associação Brasileira da Moda Sustentável (Abrimos), reuniu-se em Brasília com Jorge Viana, que tomou posse no início do mês como novo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para um mandato de quatro anos. A Apex-Brasil é uma instituição autônoma cuja atuação é feita em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Francisca Vieira é reconhecida pela articulação na inserção do algodão colorido e orgânico da Paraíba na indústria da moda nacional e internacional por meio da marca Natural Cotton Color e do Projeto Algodão Paraíba. Como representante da associação, ela esteve motivada a comparecer na reunião em Brasília por já conhecer a trajetória de Jorge Viana. “Como engenheiro florestal, professor e técnico agrícola, ele está preparado para entender as demandas do setor de moda sustentável”. Além disso, citou a declaração oficial do governo para a escolha de Viana que deixou claro que “ele é um defensor de projetos de desenvolvimento sustentável que deve atuar para fortalecer a competitividade do Brasil nas novas fronteiras da economia”.
Expansão comercial da moda sustentável brasileira
A Abrimos, associação que agrega centenas de profissionais, indústrias têxteis e marcas, colocou em pauta a necessidade de posicionar a moda sustentável nas feiras e nas passarelas das semanas de moda com foco neste segmento. Isso porque os projetos atuais de internacionalização da Apex-Brasil acabam por atender indústrias que produzem em larga escala, com mais de 10 mil peças por mês. A presidente da Abrimos afirmou que a moda sustentável trabalha de forma diferenciada, pagando preço justo em toda a cadeia produtiva e, muitas vezes com uso de trabalho manual. “Não produzimos nada fora do Brasil. A maioria destas empresas produz menos do que 500 peças por mês e isto não é levado em consideração”.
Para a presidente da Abrimos é necessário um projeto setorial que garanta contrapartida diferenciada e um empenho da Apex-Brasil em minimizar os custos para a participação nestes eventos. “O fato é que 90% das empresas de moda sustentável são MEIs e ME e os projetos que existem hoje não contemplam a realidade do nosso segmento. Falta para a agência de exportação considerar que ainda que sejam empresas pequenas, elas geram impacto econômico e desenvolvimento social onde estão sediadas”.
“É possível afirmar que o Brasil pode ser referência em moda sustentável, porém precisamos de capacitação em design, em gestão, além de certificações para os produtos”, afirmou Francisca, presidente da Abrimos.
A Paraíba liderando o desenvolvimento da moda sustentável
A reunião com a presidência da Apex-Brasil foi articulada pela senadora paraibana Daniela Ribeiro, representada na ocasião por Rogerson Caroca Cavalcanti, assessor de Orçamento da senadora. Da Paraíba, além de Francisca Vieira, compareceram Robério Burity, prefeito de Ingá e presidente do Consórcio dos municípios do Vale do Paraíba e também Pryscilla Dóra, fundadora do Instituto IA – Incubação e Aceleração de Projetos Sociais e proprietária da Agência Plataforma 11.
Participaram da reunião Igor Brandão, gerente do gabinete da presidência da Apex-Brasil, Paula Filizola, coordenadora de Comunicação, Rafaella Paulinelli, coordenadora de Relações Institucionais e Governamentais e Isabel Fontoura, analista de Gestão Estratégica (que já visitou a cadeia produtiva do algodão orgânico produzido no Estado).
Como resultado da reunião, o presidente da Apex-Brasil Jorge Viana tomou conhecimento das peculiaridades deste segmento da moda sustentável na indústria da moda brasileira e prometeu a visita ao estado para conhecer a cadeia produtiva. Declarou ainda que irá para a Paraíba “o mais breve possível”. Ainda não há data oficial, mas a ideia é visitar os campos de algodão em Ingá em março deste ano.